ESQUECIMENTOS
- 29 de jun. de 2024
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Eu não sou dessas de esquecer coisas por aí, ao contrário: sou muito organizada, tudo na minha casa tem lugar. Entretanto, nas 2 últimas semanas, eu vivi uma sequência de esquecimentos que me fez questionar se eu estava bem mentalmente. Afinal, o que sai do "padrão de normalidade" é um sinal de que precisamos parar de caminhar, voltar um pouco e reavaliar onde perdemos parte de nossas características pessoais.
Eu tenho muitas amigas que são esquecidas por natureza e elas já estão acostumadas e esquecer coisas nos restaurantes, nos banheiros, na minha casa, no carro... esse é o "normal" para elas. Porém, para uma virginiana como eu, é algo raro de acontecer.
Eu estava na sala de embarque para pegar o voo para Lisboa, onde vou passar os próximos 3 meses. Deixei o telefone carregando e abri meu livro para curtir um pouco a Jornada da Heroína, de Maureen Murdock (que a propósito já estou quase acabando e achei incrível!). A fila estava enorme e por isso eu fiquei esperando que ela diminuísse ali mesmo. Quando vi que a fila já estava quase acabando, fechei o livro num impulso e fui para dentro do avião, sendo uma das últimas a entrar e deixando para trás o companheiro fiel de todas as pessoas desse mundo: o celular.
Ao sentar na minha poltrona, dei falta do aparelho, mas era tarde demais: o corredor que conectava o avião ao aeroporto já havia sido retirado e as portas estavam fechadas e devidamente pressurizadas. Solicitei ao piloto que pedisse a alguém da cia aérea para localizar o celular e guardá-lo para mim, e assim o fizeram.
No pior dos casos, eu estava bem: o telefone tinha sido encontrado e agora só o que eu precisava fazer era dar um jeito dele ser enviado para mim. Pensei que a cia aérea pudesse fazer isso no próximo voo, estava confiante que assim seria. Depois de alguns minutos de taquicardia e nervoso (eu estava atravessando o Atlântico sozinha e sem celular), meditei e relaxei: sabia que isso tinha algum significado, mas ainda não entendia qual era!
Já no aeroporto de Lisboa, me lembrei que havia esquecido algo extremamente importante: sacar dinheiro e fazer o câmbio no Brasil. Como assim eu esqueci de chegar com dinheiro num país estrangeiro? O que está acontecendo comigo?! Tudo bem, pago a taxa para usar o cartão e é isso, não tem o que fazer. E se eu te contar que os 3 cartões que eu tinha não estavam liberados para uso (apesar de eu ter avisado ao banco)? Sem um aparelho de telefone para ligar no Banco, impossível resolver isso!
Ok, vamos ao balanço da minha situação: sem celular e sem dinheiro! Peguei meu computador e sentei numa mesa. Rezei para as deusas: vocês me colocaram nessa situação, não me desamparem agora! Fui ouvida: o whatsapp ainda estava conectado ao computador!!! YES!
Avisei minha família que tinha chegado bem, entrei em contato com um amigo que mora em Lisboa e contei a ele o que tinha acontecido, pedindo uma ajuda nesses primeiros dias em Portugal. Durante a espera para ver se o telefone poderia vir no próximo voo de Brasília, uma senhora muito atenciosa me contava de sua aventura em Portugal, mas ela logo notou minha cara de preocupação. Contei pela 49a vez o que havia se passado comigo e ela prontamente me ofereceu 20 dólares! E eu aceitei! As deusas estavam agindo!
Não, o telefone não poderia vir no próximo voo, pois é objeto pessoal. Mamãe foi buscá-lo no aeroporto e agora eu tinha que pensar em como fazer este aparelho atravessar o Oceano e me encontrar (afinal descobri que meu cunhado viria a Lisboa em 2 semanas e assim ele me trouxe o aparelho).
Os esquecimentos se seguiram: deixei meu óculos de grau na casa desse meu amigo em Lisboa e segui para o litoral ibérico, na Comporta (ainda me encontro sem o óculos). Outros esquecimentos menores aconteceram: os brincos, a caneta, a água, o casaco, o cachecol... afinal, o que está acontecendo com a minha cabeça???
E assim comecei a fazer minhas profundas reflexões e as sincronicidades e sinais começaram a aparecer. Eu estava consciente de que aquela característica de "esquecida" não era minha, mas sim uma energia que havia chegado e se instalado na minha rotina. Eu não a quero, essa característica não é bem-vinda!
O seu olhar agora, minha deusa leitora, deve ser extremamente sensível para captar a sutileza desse chamado. Eu tive que voltar algumas casas e te convido a fazer esse caminho comigo. Pois bem, vamos voltar à véspera da minha viagem.
Ao acordar, eu ouvi uma voz que disse: você precisa se conectar com Inana. Só isso! Eu repeti essa frase algumas vezes no despertar e pensei: ok, depois vou procurar saber mais sobre Inana.
E o que acontece com as informações que não anotamos ao acordar? Elas são perdidas para sempre em nosso subconsciente. No mesmo dia, eu tinha 2 consultas de cartas e adivinha que apareceu NAS 2 TIRAGENS? Inana!!! Ela veio ser lembrada!
Na pressa, afinal eu viajaria no dia seguinte, esqueci novamente. E foi assim que Inana me fez esquecer tudo. Durante os dias sem telefone, passei longas horas lendo o livro, até chegar numa parte onde Murdock conta sobre a história de Inana. E foi aí que eu lembrei do chamado!
Eu lembrei!!! Inana me chamou na véspera de minha viagem e eu a esqueci. Por isso ela me fez esquecer de tantas coisas: porque eu havia esquecido do seu chamado!
Eu consegui fazer esse link (os esquecimentos e Inana) no mesmo dia que meu telefone voltou para minhas mãos. Enquanto escrevia no meu diário (sempre falo do diário para vocês como a ferramenta primordial para acessar sentimentos profundos), fui contando o que estava acontecendo e aí eu liguei os pontos. E nessa hora, eu sabia que, a partir dali, eu não esqueceria mais nada.
Eu ainda estou avaliando se é isso mesmo, mas para mim está fazendo todo o sentido (faz para você?). O que Inana quer de mim eu ainda não sei. Farei um ritual para ela na minha próxima lua, mas já estou reescrevendo sua história com meu olhar (feminista e contemporâneo).
Inana tem me ensinado que, se perdemos uma parte de nós no caminho, precisamos parar de andar e continuar a vida, e voltar, andar para trás, voltar algumas casas na trilha e saber onde tudo começou, qual foi o primeiro sinal, a deixa que destrinchou a problemática e recomeçar a trilha a partir dali, observando com atenção para ver onde erramos.
Fico feliz que meu nível de acesso aos meus erros são rápidos. Foram apenas 2 semanas, mas sei que existem mulheres que estão em situações como a minha e que pegaram outro caminho que as levam por outras trilhas, que não necessariamente foi o que chamou seus corações, e estão há quilômetros de distância de onde desejavam chegar.
Captar essas informações não é fácil se você não estiver conectada ao Sutil, à Natureza, às deusas e ao olhar místico das coisas. A gente quer ver as coisas como elas são na matéria, no tangível, no óbvio e comprovadamente científico. Isso não é feminilidade, é o olhar masculinizado que fomos ensinadas a ter.
Temos que saber ouvir o coração, a intuição que diz coisas sem sentido, que mostra algo que fingimos não ver. Precisamos acreditar no Intangível e na sabedoria interna! Exercitar a leitura interna das coisas ao nosso redor e deixar que nos chamem de Louca!
Ver os símbolos e sinais faz parte da ativação da sua Intuição. Eles estão contidos em tudo que podemos ver, ouvir, cheirar, tocar, provar. Nas imagens de um jogo de cartas, por exemplo!
Nessa semana, 4a feira dia 3/07 às 19h vou abrir mais uma Live Lunação (todo mês, no começo da Lua Nova) pra gente falar de Lua! Nesse encontro, vou contar a história da deusa Inana.
Marque esse encontro na agenda. Te espero!
Beijos!
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